O ONIBUS ESPACIAL 2.2: SISTEMAS – DESCRIÇÃO NÍVEL 2

Marcos Pontes
17/09/2007

Sistema de propulsão II

Os motores principais utilizam propelentes líquidos, são reutilizáveis, com potência variável e têm alta-performance. O combustível é hidrogênio e o oxidante é o oxigênio. Os dois gases, liquefeitos, são levados dentro do tanque externo em compartimentos separados. Eles são alimentados aos três motores principais sob pressão. A razão de mistura oxigênio-hidrogênio é de 6:1. Cada motor tem a tubeira móvel em 10.5 graus em guinada e 10.5 graus em arfagem. Isso é usado para controlar a trajetória do veículo. O movimento da tubeira é feito hidraulicamente. OS motores principais medem 14 pés de comprimento e 7.5 pés de diâmetro na tubeira.
Os motores principais podem acelerar na faixa entre 65% e 109% com 1% de incremento. O valor de 100% corresponde a 375 mil libras de empuxo ao nível do mar, ou 470 mil libras de empuxo no vácuo. O valor de 104% corresponde a 393 mil libras ao nível do mar e 488.8 mil libras no vácuo. A 109% temos 417.3 mil libras ao nível do mar e 513.25 mil libras no vácuo.
Todos os motores recebem o mesmo comando simultaneamente dos computadores de bordo (GPCs) através dos controladores dos motores. Durante certas situações de emergência, é possível controlar os motores manualmente através da manete no console central.
Os controladores dos motores são digitais e montados diretamente nos motores. Eles operam em conjunto com sensors, atuadores de válvulas e ignitores, consistindo num sistema completo de monitoração e controle do motor.
Os dados coletados pelos controladores são transmitidos para as unidades de interface dos motores, montadas no interior do veículo. Existe uma unidade para cada motor. Essas unidades transmitem os comandos dos GPCs para os controladores dos respectivos motores. OS dados coletados nos motores são armazenados na unidade até que um pedido de dados seja feito pelos GPCs.
Três sistemas hidráulicos fornecem a energia hidráulica para movimentar as tubeiras dos motores. Os três APUs (Auxialiary Power Units) movimentam as três bombas hidráulicas que dão pressão aos sistemas respectivos.
Na próxima semana continuamos com o sistema de propulsão.

Um grande abraço,

Marcos Pontes

Marcos Pontes
Colunista, professor e primeiro astronauta profissional lusófono a orbitar o planeta, de família humilde, começou como eletricista aprendiz da RFFSA aos 14 anos, em Bauru (SP), para se tornar oficial aviador da Força Aérea Brasileira (FAB), piloto de caça, instrutor, líder de esquadrilha, engenheiro aeronáutico formado pelo Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), piloto de testes de aeronaves do Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE), mestre em Engenharia de Sistemas graduado pela Naval Postgraduate School (NPS USNAVY, Monterey - CA).

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